domingo, maio 22, 2005

Apresentação

As III Jornadas de Comunicação da Universidade do Algarve, organizadas este ano pelo seu Curso de Ciências da Comunicação e pelo CICCOM - Centro deInvestigação em Ciências da Comunicação da Escola Superior de Educação,pretendem seguir o trilho dos passos já dados nas edições anteriores, masaprofundando algumas questões científicas e pedagógicas em torno dos novosambientes tecnológicos de comunicação. Neste sentido propomos desenvolverdiferentes plataformas de reflexão em torno das "Dimensões Pedagógicas dos«Velhos» e «Novos» Media", juntando em momentos diferentes de abordagem edebate as «velhas» e as «novas» questões do Cinema e do Jornalismo, daRádio e do Serviços Públicos, assim como dos Jogos de Computador, dos«Blogs», das Imagens e dos Sons Digitais que abundam nos nossos mais recentesambientes de comunicação e de vivência sócio-cultural.Esta proposta é feita no sentido de criar uma resistência activa.

Um resistente compreende que a tecnologia nunca deve ser aceite como parte da ordem natural das coisas, que cada tecnologia - de um teste de QI ao automóvel, ao televisor, ao computador - é produto de um contexto económico e político particular e transporta consigo um programa, uma agenda e uma filosofia que pode ou não melhorar a vida e que, portanto, exige uma análise, uma crítica e um controlo. Em suma, um resistente tecnológico mantém uma distância epistemológica e psíquica de qualquer tecnologia, pelo que ela surge sempre como algo de estranho, nunca evitável, nunca natural. (Neil Postman, Tecnologia, Quando a Cultura se rende à Tecnologia)

A resistência às tecnologias e às formas alienadas de consumo tecnológico deve ser entendida como uma resistência participativa e interveniente, no sentido de sermos nós a dominar as tecnologias em vez de sermos dominados por elas.
Os "Velhos" e "Novos" Media também se podem reencontrar nas dimensões pedagógicas de uma resistência ludo-fílmica.